Seus olhos virando foram os segundos mais perversos que a vida poderia ter me dado. Sua cabeça gelatinada sobre minha mão me fez ver que eu não sou nada sem você e que essa vida toda que eu enxergo em você pode me ser tirada a qualquer momento.
Meu medo de te perder é agora o meu maior medo e eu nunca achei que fosse ter um medo como esse.
Ainda não tive a chance de te mostrar que posso "andar sozinho", que não sou mais o menino que você tanto quis, mas o homem que você sempre vislumbrou. Me culpo! Tento absurdamente te orgulhar com o que eu tenho de bom, meu dom, meu talento, minha música, minhas letras, minha vida, mas parece que esse esforço é pouco. Pareço, em alguns momentos parado, mesmo buscando um movimento meu, que me leve a um lugar de alegria compartilhada, um sucesso medido, infelizmente, pela condição financeira de me manter.
Eu sinto muito pai. Ainda sou o seu menino!