domingo, 25 de maio de 2014

Latrocínio



Sois como o assaltante, que discretamente surge pra roubar meus pensamentos. E fazes isso com tanta maestria que quando percebo me roubastes o tempo. Na minha distração, vens ligeiro. Tu sois a sombra, que está ali, mas não se nota. Tuas armas são fatais e os teus ataques são fulminantes. Ages com delicadeza e atinges profundamente os teus objetivos. Roubaste-me uma lágrima. E achando pouco roubastes mais! Diamantes escondidos dentro de mim. Toma-os como se te pertencessem. Como se legitimamente tivesses o direito de possuí-los.
Fiquei atônito! Paralisado! Assombrado por tamanha leveza nas mãos.
Eu estava ali, calado, mas perturbado e tu parecias ver em mim a vítima perfeita!
Latrocínio! Morro vivo e me deixas sem minhas preciosidades!

O que eu quero.



Quero, na ponta da língua, o gosto do teu prazer.
Quero na minha boca molhada, deixar o rastro de um desejo no teu corpo.
Quero, no teu olhar inflamado, o pedido de degustação.
Quero, nessa mão ardida, o toque da salvação.

Quero sempre mais um pouco, a tua presença silenciosa.
Quero, no conforto do teu peito, envolver meus braços escorregadios.
Quero a cabeça como um foguete. Invadindo o espaço estrelado.
Quero aquele cheiro inconfundível, dos pares calcinados.

Quero, e as vezes não, ficar arrastando os dedos em arrepios.
Quero, e quero sempre, ver a boca cheia e gulosa.
Quero, nesse momento perfeito, ver tua carne penetrada.
Quero, da forma mais simples possível, apenas querer!