segunda-feira, 15 de junho de 2015

Na boca



Quando ela me bota na boca e me beija
Nasce inevitavelmente um brilho no olhar.
Ainda que tímido eu esteja os sentidos parecem acordar.

Quando ela me bota na boca e me lambe
Pareço ter recebido na cabeça
Uma explosão de nebulosas a gerar estrelas

Quando ela me bota na boca e me suga
Fico congelado e irredutivelmente entregue
Pareço ser um escravo. Sou tudo que "não se deve"!

Quando ela me bota na boca e me engole
Sou tetraplégico, paralítico, sou demente
Mover-se é uma tortura e respiro sorridente.

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