segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Por um triz




O mar me chama todos os domingos.
E a cerveja banha a minha alma.
Sempre ao redor de sábios amigos.
Mergulho num mundo que acalma.
               
Encontro nesse ambiente, universos.
Bolhas que se abrem ao estourar.
Que fazem o poeta ver os versos
Daquilo que ele nem ia imaginar.

Foram as palavras que me levaram ao delírio
Parecia até um sonho em forma verbal
Luzes incandescentes que pedem colírio
Que atacam minha consciência como um chacal.

Fugimos lentamente para o fogo,
A carne pedia aquecimento,
As brasas do desejo, pedagogo.
Que explicam o desconhecimento.

Aquele buraco negro quase me levava
E por alguns minutos fui feliz
Vejamos o que vida nos prepara
Paixões arrebatadoras, por um triz.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Encharcar-se




Dois em um naquele instante!
Suavam mais que garrafa tirada do freezer.
Olhares entrelaçados. Penetrante!
Celulares abandonados. Ao bel prazer.

Cada esfregar tinha sua onomatopéia.
Pedidos eram feitos com as mãos.
Cada minuto parecia uma epopéia;
Eu era só um hospede, você anfitrião.

E chega a hora de encharcar-se.
Olhei para o céu e me adoraste.
Boca, língua, saliva...

O que morria, agora, se sente viva!
Escorre, seca e enxuga...
Saio lentamente. Tartaruga.

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Pão Assado


A verdade surgiu de uma vez!
Não esperou nem um dia a mais.
Não deixou nem ele saber do que era capaz.
E anunciou sua honestidade com rigidez.

Bateu com tanta força que anestesiou.
Deixou tonto até a pilastra mais profunda
Respira fundo, lá vem a lágrima, pé na bunda.
Trouxe na costas mais peso do que levou.

E é assim, nessa "carcunda" enrijecida
Que a ferida começou a supurar.
Medicamento, tratamento, desfalecida...

Vou olhar o alto, o céu, não vou baixar
A guarda das lutas do passado.
Tudo ensina, até mesmo o pão assado.





quarta-feira, 1 de março de 2017

Arrependimento



Quem diria que arrependimento fosse masculino?
Pois parece que é desse sexo que reside sua definição.
Que é quase dessa natureza o dom da falsificação.
E que leva homem supurado a se ver menino.

Quem não erra desconhece esse momento
E o tormento que é ser apresentado a esta palavra.
Sua garra faz do estomago sua mera escrava,
De uma angustia que só cura a doses de tempo.

O desprazer de conhecer essa palavra parece infindável.
Não há contrição no mundo que possa esbranquiçar.
É nojo, repugnância, medo da moral enguiçar.
Destruição do ser que outrora era admirável.

Mas é nessa palavra que reside o retorno.
Sem ela muitos nem entenderiam suas ações.
Seriam cegos tateando escorpiões.
Ou orgulhosos abraçando o transtorno!

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Informação


Está tudo dado!
Quem não busca fica desinformado.
Sua ideia a um dedo de click...
E você ai dando chilique
Compartilhando desenfreado.

Mas fique atento!
Nem tudo que se lê é conhecimento
Mentiras repetidas se tornam verdade.
E a mídia com sua sagacidade
Vai vendendo distorção com sangramento.

Em tempos de crise,
Devemos manter os olhos de ouvinte,
Desses que olham pro nada, mas atentos a tudo
E garanto que por menos de um segundo
Tudo será tratado como meninice.



quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Beijo Grego

Olhe bem pra esses lábios.
Pra eles minha devoção.
Escorro os dedos nesses lábios.
Descobro que eles querem ação.

A língua passa pincelando.
E encharca esses lábios sem pudor.
Adora esse cheio inconfundível.
Torcendo pra causar logo tremor.

Gosto dos teus olhos a mirar.



sexta-feira, 19 de junho de 2015

Sem ela...



Sem ela sou fome constante
Delirante e cheio de solidão.
Sugestão imposta a minha vida
A saída é mesmo esperar.

Sem ela sou insônia.
Rio amazônia povoado minha cabeça.
A sexta passou com pouco agito
Atrito que o calor transmite.

Sem ela sou solitário.
Nem o imaginário consegue dar consolo.
Contorno que eu não consigo dar
Ah noitesinha miserável!