A flecha torta.

-A gente tem a mira péssima
Pois nunca acertamos um ao outro.
Não importa o jeito que tenha a flecha

Ela sai torta mesmo. Ai que desgosto.

Quando existe encontro
Há também falta de lábia
Parece até que eu sou estrangeiro
E tu não entendes sequer uma palavra

Os anos passam e nada muda.
Nas tentativas somos mais que estranhos
E o mundo achando tudo uma loucura
E nós dois distintos nos desconfiamos.

Olhar brilhoso.

Que minha poesia chegue aos teus ouvidos e te traga desejos.
Que cada palavra humilde cause em ti arrepios sem fim.
E que cada rima se enrosque nos teus cabelos
Prendendo aos fios a vontade que há em mim.

Que cada verso leve a boca um sorriso.
E no teu suspiro saberei o que atingi.
No olhar brilhoso sentirei o teu alivio
Que essa vontade mostre o que eu não fingi.

Se esses textos te fizessem vir correndo...
Como eu poderia te dizer que não sou tua?
Pois cada letra que escreves me deixa nua
E me faz ter seu amor por um momento.

Foto: http://www.superdivertido.com.pt/N_Imagens2/04122006/_News_Photo_image_large_22397.jpg

Maturidade.

Ela já sabe de muita coisa.
Ela já sabe o que ela quer.
Tem a certeza de uma leoa
Não vacila essa mulher.
Ela só quer o bem e vem e vem me encontrar.

Ela já tem sua postura.
Ela não brinca no olhar.
No seu peito uma mistura
De razão com desejar
Ela só quer amor e eu vou, e eu vou amar.


Ela deitada é uma professora.
Ela suada é a sedução.
Pois sempre foi trabalhadora
E teve uma boa educação.
Ela só quer viver e ver, e ver o dia acabar.

Paixão!

No torpe e inesperado olhar
Dos que desejam secretamente
Bate um frio na gente
Que é uma coisa de se impressionar.

São terremotos vindo do peito
Acelerando aquela pobre carne
Esquentando até o frágil esqueleto
De tanta força que é o disparate.

Querer sem ter é o mais emocionante.
E o distante quer se aprochegar.
Desde que nada seja humilhante
Só conhecendo pra depois falar.

E nessa ardência pura e genuína
O calafrio passa pelas costas
Pois quando eu vi aquela menina
Fiquei parado com os pés na bosta.

Perfeição industrial

Queria que a distância não atrapalhasse.
Que todo o tempo em nós ficasse
Pra que as descobertas fossem únicas.

Que o dia inteiro se tornasse noite
E que alegria fosse mais do que o doce
Que o olhar transmite via Internet.

Tua perfeição industrial seria o básico.
Pois teu sorriso seria como o abraço
De um tempo eterno que nunca vivemos.

Parece até que já te conheço.
Que tua alma em mim é travesso
E tua boca vira um sonho lindo...

Foto tirada do blog: http://quimeraestudiofotografico.blogspot.com/2011/03/coloridos.html

O repleto e o vazio.

Eu agora estou só!
E parece que quando isso acontece surge um espelho na frente da gente e você começa a ver no reflexo quem você era, como se o espelho se dividisse em 2 pra você poder comparar. E quando isso acontece, você vê as marcas, vê a sujeira...
É um dos momentos mais sublimes pelo fato de que pouquíssimas vezes a vida nos mostrar isso. A mudança obrigatória e a mudança desejada. Nesse contraste de "eu's" noto tudo. Tudo mesmo.
Eu só sou isso!
Uma folha suja de um lado e novinha de outro.
O repleto e o vazio.
Um símbolo me vem na mente e nele eu sou um tipo de totem, uma relíquia, uma dádiva.
Eu pego isso e guardo, como se pudesse enterra-lo na carne. E ponho no peito, bem no centro dele. Escondo na esperança de que ele nunca se vá, mas você sabe do que dizem a respeito de presentes né? Esteja sempre disposto a doar aquilo que mais lhe importa pra quem mais necessita.
Uma hora o baú se abre com outra chave.
É SEMPRE ASSIM...

DECEPÇÃO É UMA MERDA!

A inconstância feminina.

O egoísmo masculino faz com que desejemos mulheres constantes.
Algo que não faz parte das mulheres!
Reformular está no ser delas.
Pedimos para não mudarem nunca
E do mesmo jeito, vocês, mulheres, desejam que mudemos.
Mas não há nada mais injusto do que paralisar essa transformação feminina.


Para um ser que vê em seu corpo mudanças constantes,
Jamais será normal permanecer como antes.
É até um crime pedir isso a elas.
"Meu amor, nunca mude, não mude outra vez."
E perdemos a incrível beleza de vê-las "saindo do casulo".

A complexidade delas é o que nos faz andar.
Suas "mobilidades" são um mistério desejoso.
Cada mudança vem cheia de um "quê", de um "meu deus...".
Isso é tão lindo saindo delas e mal percebemos essa sutilezas.
Porque nos faz querê-las, sonda-las.

Você voltou!

Volte aqui!
E traga junto toda a alegria que eu tinha
Quando você chegava e me agarrava como queria.
Mandava e desmandava em tudo, tudo da minha mente.
Cadê você?
Venha mais forte e esqueça todo aquele seu momento de silêncio,
Mas lembre sempre o incêndio que você causa aqui dentro
E veja se é possível haver um bom prolongamento desse calor.
Rodopia,
Parece Taz Mania, destruindo tudo a frente.
Parece uma onda, um tsunami, uma ventania,
Mas enche de alegria os minutos de presença como era bom...
...
Você voltou!
E agora eu sinto tudo, tudo, tudo diferente.
Mesmo sabendo que cada momento é inocente,
Mas você voltou!
E cada vez que o dedo aperta uma tecla eu me vejo
Cada palavra escrita tem o seu comportamento
Eu só te agradeço todo aquele seu silêncio...
MINHA INSPIRAÇÃO VOLTOU!