sexta-feira, 8 de junho de 2012

Pessimista.


Acordei inquieto hoje
Tendo a sensação de que eu tinha uma missão.
Um messias procurando sua causa.
Um menino sem ter com o que brincar.
E olhei pro céu...
Sonhando com um raio revelador
Que me dissesse por que tudo está tão confuso,
Mas a única coisa que ouvi foi um velho dizer:

"O que você vai fazer?
Você já se olhou hoje?
Se não era bonito o que viu, por que não fez alguma coisa?
O mundo está em suas mãos!"

Aquilo ficou na minha cabeça
Como um cisco no olho.
Ando com medo de sorrir para as crianças
E acharem que sou um pedófilo.
Tenho medo de ajudar
E todos acharem que quero tirar proveito.
Amigos são raros hoje
Mas não tem item mais em falta do que amor.

"O que vai fazer?
Você já se olhou hoje?
Se não era bonito o que viu, por que não fez alguma coisa?
O mundo está em suas mãos!"

Quem está em perigo não pode se salvar,
Mas pode ser salvo.
Isso não é uma escolha simples
É um desejo incontrolável de ser apenas 1.
Uma vontade de se unir, de ser mais que "só".
E tudo o que velho me disse...
Parecia um tapa.
Hora de levantar.

"O que vai fazer ?
Você já se olhou hoje?
Se não era bonito o que viu, por que não fez alguma coisa?
O mundo está em suas mãos!"

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Luzes...


Vai anoitecendo dentro de mim.
Como o viciado querendo mais.
Carros vorazes iniciando o fim
E a Epitácio que não acaba mais.

Todo caminho tem o que se vê
São externalidades da razão.
O termômetro que zela pelo viver.
A terna vontade do coração.

O choque é o querer dos mais honestos.
Pretendendo sentir o adormecer
De todo prazer que possa ser eterno.
E eu que não sou besta vou me perder.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Reprise.


Já sei como será meu dia hoje.
Saudoso, frio, calado, manhoso...
Sei que é minha culpa. Sou teimoso.

Serei tomado de repentinos espasmos
Envolto em lembranças saudosas.
Dessas que salivam a boca dizendo: Gostosa.

Serei uma eterna reprise,
Querendo pausar cada cena.
Querendo reler a legenda.
De um filme que só na mente existe.

O título é belo. O elenco é perfeito
Mas como em todo bom drama existe um suspeito
Reclamo e resmungo a falta de agora.
Oh dia triste. Acabe sem demora.




sexta-feira, 25 de maio de 2012

Bom dia.


A vida sempre dará voltas aos abraços com o tempo e por mais que não se queira que signifique estar mais velho, sempre haverá o que comemorar com isso.
Seja por cada dia que abrimos os olhos e vemos o que nos amam, seja fechando os olhos pra recordar quem já se foi. A vida é isso também.
É o "reencontro de sentimentos" trabalhando na "perda da memória". O entrelaço entre o que se encontra e o desprendimento do que se deve perder.
É bom saber, no fim das contas, que tudo converge nessa mutação. Que tudo isso obedece esse ciclo vital.
Eu aqui sou grato pelo dia de hoje. Não só pelo que ele tem a me oferecer, mas pelo que me mostrará, que precisarei descartar.
E ai preparados?
Bom dia.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Saudade.


Quando no Domingo tranquilo, estamos juntos
Nem nos tocamos do mal que nos acontecerá.
É que esses momentos, sempre oportunos,
Nos faz esquecer a dor que é deixar.

As segundas são tortuosas e cheias de maldade.
Odiamos todos os dias que nos distanciam.
Porque na tua presença é sempre paz, tranquilidade...
Noites congelantes que nos aqueciam.

As sextas são nossas amigas, nossas amantes.
Quando antes, o aperto não obriga a gente a se encontrar.
Somos muito mais que beijos. Desejos infames.
Que causa derrame de tanta vontade da gente se olhar.

São olhares desconcertados, comentários no carro,
Tudo regado com muito carinho e sinceridade.
O que mais me afeta, fora a "dor do parto"
É aquela cama enorme ser quilômetros de saudade.


segunda-feira, 14 de maio de 2012

Ossos



Os ossos tentando contornar o impossível,
Vislumbram alegria no ar.
Expressam em estalos o indizível,
Detalhes que não dá pra contar.

Minucias de noites eternas.
Acabamentos de curvas perfeitas.
Beleza é o que tu Completas
Na carne que geme estreita.

Peças desencaixadas, despida.
Revelam teu desejo a mim.
Apertas, na triste despedida
E impedes minha ida. O fim!


sexta-feira, 11 de maio de 2012

Alva.


A macieis que envolve tua pele.
O toque terno que se repete em "respostas".
O fechar lento das tuas pálpebras com vergonha.
A singeleza de beijar a tuas costas.

Sou compelido a encarar tua beleza.
Me é atraente como ferro a um imã
Ferida que é curada com resina,
Que protege a vida com destreza.

A tua pele alva me encanta
Me dá até nó na garganta
Descrever essa sutileza.

Pois dentro de ti há clareza,
Que demonstras com sutileza,
Receio do que espanta.