terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Mais real e menos virtual



Ando preocupado com quem sou na internet. É que a gente nunca sabe como se é visto nas redes sociais. Na rua não. Na rua você é o que veste, o que fala, o que bebe, com quem se relaciona, mas no mundo virtual ninguém fica reparando isso (não como se estivesse na rua).

A muito tempo você não encontra aqueles colegas do colegial e ai, num certo dia, eis que o encontro acontece. Vocês lembram do passado (pois é o único assuntos que os ligam naquele momento) e vão embora pra casa. No dia seguinte começa uma enxurrada de "clicks". Adiciona no face, no insta, no gtalk, no wtsapp... Tudo isso pra você ter ligação com um passado que você sabe que foi bom, por não lembrar tanto dele assim. Passam-se os anos e você percebe que tem mais de 3.000 membros e que destes, mais de 30% você só conversou uma vez (pessoalmente), 20% você só conhece virtualmente, mas nunca conversou e 5% você não sabe e não faz absolutamente ideia de quem é. Ou seja, 55% das suas ligações sociais são praticamente inexistentes já que que não se relacionam em nada (digo, em carne e osso) com você!

É com isso que estou preocupado!

Com gente cheia de passado, com gente que não faz troca, com gente que não acrescenta em, nada a nossa vida. É legal ter contato com quem você teve uma amizade ou alguma história? Sim, claro, mas se é só isso, você não precisa se ligar de forma involuntária e instintivamente a essa pessoa. Não me entendam mal. Eu poderia dizer que vale a pena sair adicionando porque alguns desses podem virar verdadeiros amigos, ou ainda que ter ligações com quem não temos a muito tempo é salutar, mas vou me ater a pontos determinados. O nosso passado é importante para confirmar nosso futuro, nossa busca, mas pelo amor de "alguém", pra que ter tanta gente num perfil onde você é só uma vitrine? E olhe que eu mesmo já fiz isso. (atirem as pedras!) Adicionar pra conhecer, pra paquerar, depois de uma noite legal onde você conhece várias pessoas... A questão é depois de um tempo você percebe que só tem essa ligação com aquela pessoa. Uma noite, um papo, um copo de cerveja, um amigo do amigo do meu amigo. Por que aceitar/adicionar pessoas que não fazem parte da nossa rede de amigos, ou pior, da nossa rede social real (que é bem diferente da virtual)?

Disse pra mim mesmo que em 2014 eu faria uma peneira nas minhas redes sociais porque não quero pessoas ligadas a mim sem se relacionarem. E estou falando de atos virtuais de relacionamento como: curtir, compartilhar, comentar, bater papo. Mas se a ideia é sair juntos, fazer trocas inteligentes e por ai vai, ai tô dentro!

Tenham todos um 2014 mais real e menos virtual.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

O homem raro




Pelas mãos calejadas e pela terra que pisou, vou lembrar de você!
Pela sua humildade e pelo modo simples de ser, vou lembrar de você!

O homem raro...

Por cada gesto honesto e por repreender, vou lembrar de você!
Por erros não repetidos e por não olhar pra trás, vou lembrar de você!

O homem raro...

Por batalhar pelos filhos e por abrir mão de si, vou lembrar de você!
Por dar a volta por cima e por não se corromper, vou lembrar de você!

O homem raro...




quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Desejo sonâmbulo


No meu sono o teu cheiro me despertou. Uma secura começa a atacar as minhas pernas e incontrolavelmente os meus dedos escorregam pelo teu braço e o sono ficou apenas nos olhos. Minha boca, ardendo, procura a tua com desespero e minha língua, quando te encontra, parece derreter. A tua boca suga o sonho que eu quase tive e transforma as minhas pernas em centro de prazer. Compulsivamente eu te faço minha refém e tomo como alguém desesperado de sede. Uma saudade palpitante aflora o nervo e tua alegria me causa combustão. Quando o teu ar faltava eu me orgulhava de tira-lo de ti.  
Ontem a noite descarreguei verdade, mas já sinto falta do teu amor imoral. 

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Felicidade comedida.


Não me esforço para demonstrar meu bem estar. Que seja ele apenas meu, já que o mundo ganhou um combustível terrível para sobreviver. São desejos mesquinhos, vontades inalcançáveis de tudo que não for de si. Que essa força motriz se afaste de mim e de tudo que amo.
Sou feliz comedidamente, discretamente, para afugentar esses miseráveis famintos. Por isso meu riso é quieto, meu grito apenas gesticulável, meu amor é no quarto e na rua sou só mais um.
Que meu amor seja exemplo, desejo a alcançar e nunca pura e simples inveja desmedida e descarada.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

O sentimento amor.


O amor é reencarnável!
Move-se como o vento.
Coisa inapalpável!
Certeza que causa alento.

O amor é reciclável!
Transformado em novidade.
Não à nada dispensável
Desprendido com a idade.

O amor é imutável.
Certo como uma pedra.
Atacado com réu
Mas desejado desde as eras.

sábado, 28 de setembro de 2013

Medo



Seus olhos virando foram os segundos mais perversos que a vida poderia ter me dado. Sua cabeça gelatinada sobre minha mão me fez ver que eu não sou nada sem você e que essa vida toda que eu enxergo em você pode me ser tirada a qualquer momento.
Meu medo de te perder é agora o meu maior medo e eu nunca achei que fosse ter um medo como esse.
Ainda não tive a chance de te mostrar que posso "andar sozinho", que não sou mais o menino que você tanto quis, mas o homem que você sempre vislumbrou. Me culpo! Tento absurdamente te orgulhar com o que eu tenho de bom, meu dom, meu talento, minha música, minhas letras, minha vida, mas parece que esse esforço é pouco. Pareço, em alguns momentos parado, mesmo buscando um movimento meu, que me leve a um lugar de alegria compartilhada, um sucesso medido, infelizmente, pela condição financeira de me manter.
Eu sinto muito pai. Ainda sou o seu menino!

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Ambulante



No espelho não se vê egoismo. Não se vê sentimento. Não se vê quem se é por trás da pele! É apenas imagem, miragem, camuflagem. E eu, que me incomodo com paralisia, faço perguntas espelhadas.
Olho no meu olho. Tentando achar sinais, marcas que revelem certos porquês. Certas errâncias. Nessa busca, encontro até o que não quero, o que escondo veementemente. O que tenho extrema dificuldade de assumir e nego com paixão.
Peregrinar por entre as veias não faz de mim melhor, mas faz de mim um ambulante desejando um lugar pra ficar.