quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

O choro da criança



Que esse desespero deságue nas minhas lágrimas.
Que se vá minha angustia a cada palavra dita nesse momento.
Que os ventos, sejam a favor ou contra, só aliviem o calor da minha alma.
Que eu mude acima de tudo, pra que tudo mude junto.
Que eu aprenda a parar de sofrer desnecessariamente
Que eu aprenda a perdoar, pois a magoa tá acabando com a minha paz.
Que eu veja que o amanhã é só o amanhã.
Que a criança que habita em mim cresça sem perder a liberdade de sonhar
Que eu nunca deixe de acreditar que essas lagrimas me teletransportarão para lágrimas passadas e que essas mesmas me façam lembrar das primeiras para que as próximas sejam mais confortantes.
Que seja assim!!

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Cabo de transmissão



Ela é minha energia.
A tomada de 220 essencial.
Um cabo de transmissão sensorial via olhar.
Daqueles que nos ligam, que passam pela gente de forma visceral.
Que vem na hora da fome pra nos alimentar.

Ela é minha energia.
A extensão de um sentimento interligado.
Nos fios de seus cabelos perco a minha mão.
Um poste de esquina iluminado.
Clareia o meu viver com o ardor desse pulmão.

domingo, 25 de maio de 2014

Latrocínio



Sois como o assaltante, que discretamente surge pra roubar meus pensamentos. E fazes isso com tanta maestria que quando percebo me roubastes o tempo. Na minha distração, vens ligeiro. Tu sois a sombra, que está ali, mas não se nota. Tuas armas são fatais e os teus ataques são fulminantes. Ages com delicadeza e atinges profundamente os teus objetivos. Roubaste-me uma lágrima. E achando pouco roubastes mais! Diamantes escondidos dentro de mim. Toma-os como se te pertencessem. Como se legitimamente tivesses o direito de possuí-los.
Fiquei atônito! Paralisado! Assombrado por tamanha leveza nas mãos.
Eu estava ali, calado, mas perturbado e tu parecias ver em mim a vítima perfeita!
Latrocínio! Morro vivo e me deixas sem minhas preciosidades!

O que eu quero.



Quero, na ponta da língua, o gosto do teu prazer.
Quero na minha boca molhada, deixar o rastro de um desejo no teu corpo.
Quero, no teu olhar inflamado, o pedido de degustação.
Quero, nessa mão ardida, o toque da salvação.

Quero sempre mais um pouco, a tua presença silenciosa.
Quero, no conforto do teu peito, envolver meus braços escorregadios.
Quero a cabeça como um foguete. Invadindo o espaço estrelado.
Quero aquele cheiro inconfundível, dos pares calcinados.

Quero, e as vezes não, ficar arrastando os dedos em arrepios.
Quero, e quero sempre, ver a boca cheia e gulosa.
Quero, nesse momento perfeito, ver tua carne penetrada.
Quero, da forma mais simples possível, apenas querer!

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Homofobia



Vão dizer que foi um erro!
Como se soubessem o que se sente.
Preconceito, medo e dor virão pra te atormentar
Mas seja forte! Vai passar!

E você tem que amar
Você tem que si amar.

Vão dizer que você tem cura!
Que foi uma fase de descobertas.
"Inseguros e cheios de humor" virão pra te atormentar
Mas seja forte! Vai passar!

E você tem que amar
Você tem que si amar.

Obs: Essa é para todos que lutam diariamente pelo seu amor! 

terça-feira, 8 de abril de 2014

Perdido



Nesse transe imposto pelas minhas fraquezas, fico sem saber onde me coloco. Onde empenho a força necessária pra revitalizar os sonhos. Sou só tristeza, insegurança e receio. Tudo liquidificado e amargando.
Eu sempre quero mais, noves fora, não resta nada!
Sinto nojo de mim, minhas conquistas perdem valor e os meus méritos são irreconhecíveis!
Quem sou eu mesmo?
Perdido, pareço menino esquecido na praia, aos prantos, quieto e desesperado! Olhando ao redor e sem reconhecer ninguém. Ninguém que possa me salvar. Que possa me erguer. Que possa me orientar.
É assim que me sinto. Uma criança.

sexta-feira, 7 de março de 2014

Mau olhado


Se a queda for o meio, que o fim seja subir.
Se a vida joga pedras, transformo em trampolim.

Sinto um peso nos meus ombros que parecem me esmagar.
Sinto dores nos meus dedos que me impedem de lutar.

É um sonho inalcançável.
É uma ferida que não sara.
É um esforço desprezado.
É uma prece sem resposta.

Se a queda for o meio, que o fim seja subir.
Se a vida joga pedras, transformo em trampolim.

Já achei que era um profeta, com poderes pra ajudar.
Já pensei que era um anjo com uma espada pra atacar.

Sou um homem com um sonho
Sou o sangue que se espalha.
Uma força enfraquecida.
O vazio da oração.

Se a queda for o meio, que o fim seja subir.
Se a vida joga pedras, transformo em trampolim.