terça-feira, 29 de março de 2011

"Tá um calor né não?"


Aqueles brincos adoram brincar com a língua dele
Que ao tirar a presilha do cabelo puxa a cabeça pra trás.
Sai o ar que os homens inalam com a boca molhada
Escorregada entre o pescoço e o queixo.

Mas esse não é o desfecho e sim o inicio da peça.
Que uma bela conversa faz o ouvido gemer.
E cada botão descasado entende
O olhar que solta trincando os dentes.

E agora sim começa o trabalho...
Os melhores sutiãs são os de fecho na frente.
Pra que a mão não fuja aos olhos da gente
E que o aperto que é dado mostra o belo atalho.

E desabotoa, baixa o zziiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiper
Enquanto os olhares parecem lutar.
Convidam e expulsam sem perceber
O desejo e o clamor de quem quer adentrar.

A peça mais fina, finalmente se afina com o encaixar
Uma orquestra daquelas é difícil reger.
Que o frágil agora encara a dureza
Certeza amavél do que se pode querer.

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